Confiar na vida...

Fez no dia 27 de Abril 2 anos que a minha irmã partiu para Inglaterra.
Partiu à procura de independência. Partiu à procura de ganhar a (uma) vida.
Na altura fiquei muito zangada com ela. Como podes fazer-me isso? Pensei eu. Como podes abandonar-me? Como podes fazer isso aos teus sobrinhos? (desculpa mana. sei que fui egoísta. já não estou zangada. apenas tenho muitas saudades.)
A minha filha mais nova é afilhada dela e sempre tiveram uma relação muito próxima. Quando lhe contei disse-me:
-A sério mãe?  Não digas nada ao pai, mas a tia Ana é a minha preferida. (Os meninos têm outra tia do lado do pai).
Dois anos passados, a minha irmã ganhou um companheiro e uma filhota, uma família, uma vida.
Convidou a minha filha para ir visitá-la e conhecer a prima. A sério? disse eu. Eu pago a viagem! disse a minha mana. Não é isso mana! Eu tenho medo.
Eu vou deixá-la ir. Porque a Vida deve ser vivida. Porque as oportunidades não devem ser desperdiçadas. Porque devemos confiar na Vida.
Eu vou deixá-la ir de coração muito apertado (e se ela ficar doente e eu não estiver lá, e se ela se perder não sabe falar inglês, e se...). Vou confiar na Vida!

Querida Vida traz-me a minha filha de volta inteirinha!